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Tecnologia que não acaba e faz história

Mauá da Serra inaugura museu para contar a história do plantio direto no Brasil; acervo mostra as primeiras máquinas utilizadas no sistema.

Falar hoje em agricultura sem a utilização do plantio direto é algo inconcebível na mente de quem trabalha com a terra. O sistema, além de tornar o manejo mais fácil porque não necessita retirar os restos da cultura anterior, ajudou a solucionar um problema antigo do agricultor: a erosão. Mesmo criado na Inglaterra na década de 1940, o plantio direto ganhou, como no futebol, sua plenitude no Brasil. O sistema começou a ser testado no País em 1972 pelo produtor Herbert Bartz no município de Rolândia (Norte). Por causa da iniciativa desse pioneiro, o plantio direto comemorou em 2012 38 anos de Brasil.

Para celebrar o sucesso do sistema, um grupo formado por mais de 30 produtores rurais da região de Mauá da Serra, uma das regiões pioneiras na adoção da técnica no Brasil, criou um museu voltado exclusivamente para mostrar a história da implantação da técnica no Brasil. O espaço, inaugurado ontem, dia 23, possui em torno de 600 m2 de área construída e tem no seu acervo diversos equipamentos como tratores e plantadeiras importadas ou modificadas no País para atender ao novo tipo de manejo. Por enquanto, explica Sérgio Kasutoshi Higashibara, coordenador da construção do museu, o acervo conta com sete equipamentos, todos doados.

Dentre as raridades expostas no museu, um dos destaques é a primeira plantadeira utilizada no Brasil para o plantio direto, a Allis Chalmers de 1972, importada dos Estados Unidos. Outro destaque é o primeiro protótipo de semeadeira de 1973, peça desenvolvida no Brasil. "Queremos mostrar ao público os equipamentos que utilizávamos naquela época", sublinha. Além do acervo histórico, o complexo conta ainda com uma sala de áudio e vídeo com 80 lugares para a realização de eventos e encontros de produtores da região. Segundo Higashibara, o museu não é só comprometido com o passado, mas também com o futuro.

Investimento

Ao todo, a obra custou mais de R$ 500 mil. Higashibara explica que os recursos foram captados de empresas inscritas na Lei Rouanet, por meio da qual foram disponibilizados R$ 185 mil. O restante dos recursos foram obtidos de outras fontes como o governo estadual, cooperativas, entre outros. "Não queremos esquecer a nossa história", desabafa o agricultor. A ideia da construção surgiu em 2004 quando foi comemorado os trinta anos do plantio direto no Brasil. "Ficamos eufóricos com a data. À medida em que os recursos foram surgindo, fomos investindo na construção", completa.

Para o produtor Ademar Takeyuki Uemura, membro da Associação Cultural Esportiva de Mauá (Acem), o museu retrata parte da sua história. Ele conta que quando surgiu a técnica, ainda era apenas uma criança. Ele lembra que aprendeu com o seu pai a tecnologia que revolucionaria a agricultura. "Hoje, muitas pessoas não conhecem o início do sistema", completa. O agricultor Pedro Yssamu Takahashi reforça que o museu mostrará aos visitantes a luta difícil que foi a implantação do plantio direto, principalmente com a falta de equipamentos específicos para o sistema. O espaço ficará aberto de segunda a sexta-feira das 9h às 18h, com entrada gratuita.

Fonte: site FolhaWeb 

postado em 26/11/2012


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