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Safra e câmbio sustentarão 2013
Principal impulso para as vendas externas do Paraná deve vir da soja. Para carnes e veículos, cenário ainda é incerto.
As projeções não chegam a inspirar euforia, mas sugerem que este ano será um pouco melhor para as exportações do Paraná, que fecharam 2012 com um tímido crescimento de 2%. Há incertezas em relação ao setor automotivo, à indústria de carnes e à Argentina. Em compensação, o clima propício tem permitido aos agricultores sonhar com uma safra recorde de grãos, e a taxa de câmbio um pouco mais favorável tende a dar algum sustento às vendas de industrializados.
O maior impulso deve vir da soja, responsável por um quinto das receitas de exportação do estado. Depois da quebra na safra 2011/12, a produção paranaense deve crescer quase 40%, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). “Apesar do aumento na oferta mundial, as cotações devem ficar próximas dos bons níveis dos últimos anos”, avalia Gílson Martins, assessor técnico-econômico da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar). O suporte vem da demanda, que não dá sinais de cansaço: a Conab prevê que as importações chinesas vão crescer de 7% a 10% em 2013.
Para o complexo carnes, “dono” de US$ 12 em cada US$ 100 exportados pelo Paraná no ano passado, o cenário é nebuloso. A demanda global está mais contida, o que em 2012 fez baixar o preço médio e, em alguns casos, a quantidade exportada.
Os embargos à carne bovina terão pouco efeito neste ano – o estado quase não exporta o produto. Mais relevante será o comportamento das vendas de frango, responsável por 85% das exportações do complexo carnes. Para Domingos Martins, presidente do Sindiavipar (representante da indústria avícola), o Paraná pode se beneficiar de dois movimentos: a busca por novos mercados e a entrada de novos exportadores, como a cooperativa Cocari, que abriu um frigorífico há três meses.
A expectativa da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) é boa: ela prevê aumento de 6% nos embarques brasileiros de carne de frango, o que se refletiria no Paraná, principal exportador. Por outro lado, a AEB projeta mais um ano de enfraquecimento nas cotações do açúcar, o que afetaria as receitas paranaenses com o produto – que em 2012 já caíram 4%.
Indústria - As exportações da indústria do Paraná ainda não se recuperaram por completo do tombo de 2009, mas crescem desde então. Pouco, mas crescem: em 2012, os embarques de manufaturados avançaram 4%. Se o dólar continuar entre R$ 2 e R$ 2,10, a tendência é de nova expansão – novamente moderada – em 2013, avalia o economista Roberto Zürcher, da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep): “Esse câmbio resgata um pouco da competitividade. O resultado ligeiramente positivo de 2012 já foi um sinal disso”.
Milho impediu queda em 2012 - O Paraná aumentou suas exportações pelo terceiro ano seguido, mas desta vez o crescimento foi bem mais modesto. Depois de avançar 26% em 2010 e 23% no ano seguinte, em 2012 as vendas do estado para outros países subiram apenas 2% – e não teriam crescido se não fosse o resultado recorde das vendas de milho.
Normalmente o cereal tem pouca relevância na pauta de exportações, porque a maior parte da produção costuma ser negociada no mercado interno. Mas no ano passado a quebra da safra norte-americana e os baixos estoques na Argentina aumentaram o apetite dos importadores pelo milho brasileiro.
Estimulados pela valorização do dólar, os agricultores não hesitaram em exportar: em 2012 cerca de 4,2 milhões de toneladas do grão deixaram o Paraná em direção ao exterior, quase o triplo do volume embarcado na temporada anterior. De um ano para outro, as receitas saltaram de US$ 445 milhões para US$ 1,13 bilhão.
Na soma de todos os produtos, o Paraná exportou US$ 17,7 bilhões no ano passado, cerca de US$ 300 milhões a mais que em 2011. Se os números do milho fossem excluídos das contas, o faturamento do estado teria diminuído 2%.
Fonte: site Gazeta do Povo
postado em 08/01/2013