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Chuva põe em risco qualidade da soja
Excesso de umidade tem dificultado o trabalho das colheitadeiras, e, em alguns casos, grão saem ardidos das lavouras.
Se na temporada passada a estiagem tirou o sono dos produtores de soja da Região Sul, nesta safra a chuva tem prejudicado a colheita do grão no Mato Grosso e também em áreas isoladas do Paraná. De acordo com técnicos do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), as três últimas semanas foram de chuvas contínuas, o que dificultou a retirada da oleaginosa dos campos.
O excesso de água fez a umidade alcançar a marca de 30% nos grãos que estão sendo colhidos, enquanto o ideal é 14%. O problema derruba a qualidade da produção, que precisa passar por intenso processo de secagem antes de seguir para a indústria.
O obstáculo maior neste ano foi o plantio antecipado, pois os produtores pretendiam colher cedo para poder entrar com a safrinha de milho no campo. “Como o pessoal plantou cedo, o trabalho de colheita concentrou na época de chuva”, explica o superintendente do Imea, Otávio Celidonio.
A solução encontrada pelos produtores que possuem armazéns é guardar os grãos avariados e, posteriormente, misturar com o de melhor qualidade. “Quem não tem armazém está entregando soja úmida e ardida”, afirma Celidonio.
Paraná
No Paraná também há produtores colhendo com umidade de 30%, segundo a da Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab). No Oeste do estado, os relatos são de perda de produtividade em função da chuva incessante. “O pessoal aproveita as poucas janelas sem chuva para colher a soja úmida mesmo”, relata o economista do Departamento de Economia Rural (Deral) da Seab, Anderson Roberto dos Santos.
Na Fazenda São Jorge, administrada por Gentil Aparecido Teixeira, no município de Campina da Lagoa, distante 100 quilômetros de Campo Mourão, 25% da área de 1,3 mil hectares ocupada pela soja foram perdidos. E ainda existe o risco de outros 104 hectares serem abandonados.
“Nunca, nos 13 anos que trabalho aqui, perdi uma lavoura por chuva. É tanta [chuva] que a terra não está aceitando mais água e a lavoura está se transformando em banhando”, conta Teixeira. Antes do período de chuva, que começou há três semanas, a colheita rendeu 55 sacas por hectare. “A produtividade vai cair, com certeza.”
Fonte: site Gazeta do Povo
postado em 01/03/2013