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Produção industrial volta a ter ‘comportamento errático’, avalia IBGE
A queda de 5,4% na produção de veículos, a de 10,7% da indústria farmacêutica e outros destaques negativos da pesquisa foram os setores de borracha e plástico, celulose e papel e alimentos.
A produção industrial voltou a apresentar “comportamento errático” ao cair 2% em julho, devolvendo a alta de 2,1% de junho, na série dessazonalizada, afirmou o gerente da coordenação de indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), André Macedo.
De acordo com ele, o padrão da produção industrial neste ano, que oscila fortemente entre um mês e outro, se deve a uma conjunção de fatores, como estoques elevados, restrição ao crédito, endividamento das famílias, inflação alta, dificuldades na exportação e forte presença de importados no mercado doméstico.
“Esses fatores ajudam a explicar o comportamento errático da indústria ao longo do ano, que oscila entre fortes altas e baixas, de um mês para o outro”, afirmou Macedo.
Na passagem de junho para julho, descontando-se os efeitos sazonais, todas as categorias de uso da indústria tiveram queda na produção. Nessa base de comparação, o IBGE verificou queda de 3,3% na produção de bens de capital; recuo de 0,7% em bens intermediários; baixa de 7,2% em bens duráveis; e queda de 1,5% em semiduráveis e não duráveis.
Dos 27 ramos investigados pelo IBGE, 15 tiveram queda na produção em julho em relação a junho, descontando-se os efeitos sazonais. Nesse período, os resultados mais baixos apurados pelo IBGE foram nos setores farmacêutico (queda de 10,7%), máquinas para escritório e equipamentos de informática (baixa de 9,4%), veículos automotores (recuo de 5,4%) e borracha e plástico (diminuição de 4,5%).
“Os dados apontam para um perfil disseminado de queda. O resultado de julho [queda de 2%] praticamente anula o resultado anterior [de junho, com alta de 2,1%]. Em julho, houve um perfil de menor ritmo da produção industrial”, disse o especialista do IBGE.
Em razão do resultado de julho, a média móvel trimestral apurou queda de 0,7%. É a primeira vez que esse indicador fica negativo em 2013, em uma trajetória ascendente iniciada em dezembro.
Com o resultado de julho, o índice de base da produção industrial ficou em 132,49. Dessa forma, o patamar de produção do setor está 3,6% abaixo do pico de produção, registrado em maio de 2011.
“Estamos operando no patamar do início de 2010, janeiro e fevereiro daquele ano”, disse Macedo.
A desvalorização do real frente ao dólar, que se intensificou a partir de maio, tornará as exportações brasileiras mais “atraentes”, mas deixará os insumos importados mais caros, avaliou Macedo. “A alta do dólar dará algum tipo de competitividade à indústria brasileira, mas ainda não identificamos esses efeitos na produção industrial”, afirmou ele.
Fonte: site Valor Econômico
postado em 04/09/2013