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Aposta na soja deve reduzir safra
Primeira projeção oficial dá área recorde à oleaginosa, que está valendo 9,5% mais. Perda de espaço do milho no verão fará colheita de grãos recuar 3,6% em volume.
A safra de verão do Paraná será 3,6% menor que a registrada um ano atrás, mas por um bom motivo, aponta a primeira projeção oficial sobre o ciclo, divulgada ontem pela Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab). A soja valorizada – a R$ 65 por saca, preço 9,5% acima da média de 2012 – faz com que a oleaginosa tome área do milho. O recuo no cereal, que rende o dobro do volume por hectare mas está 22% mais barato, vai resultar num recuo de 836 mil toneladas diante da marca recorde de 23,5 milhões de toneladas de grãos atingida no primeiro semestre deste ano, calculam os técnicos do Departamento de Economia Rural (Deral) da Seab.
Esse recuo põe o Paraná na contratendência e ocorre pela escassez cada vez maior de áreas próprias para a produção de grãos no estado. Em âmbito nacional, as estimativas privadas indicam que a produção deverá passara de 185 milhões para até 200 milhões de toneladas, num ano de empolgação e expansão das lavouras no Cerrado. A primeira estimativa oficial da safra brasileira 2013/14 será divulgada em setembro pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Não só em receita bruta, a expectativa é que a safra de verão tenha clima favorável, afirma o secretário da Agricultura, Norberto Ortigara. Mesmo em área menor, o milho avança em produtividade, pontua a agrônoma Juliana Tieme Yagushi, do Deral. “A média da última safra ficou em 8,16 mil quilos por hectare”. Cinco anos atrás, a marca era de 7 mil kg/ha.
Segundo a projeção do Deral, a colheita de verão vai passar de 23,47 milhões para 22,64 milhões de toneladas (-3,6%). O crescimento da área plantada será de apenas 0,33%, para 5,82 milhões de hectares. Desse total, 4,85 milhões de hectares (ou 83%) serão ocupados pela soja e 710 mil (12%) pelo milho. As duas culturas representam 97% da previsão da colheita e começam a ser plantadas neste mês.
Sempre que a soja simplesmente toma área do milho, o volume geral da colheita cai, embora o valor da safra possa ser maior, conforme o Deral. Considerando as cotações de ontem e a estimativa de produtividade do Deral, um hectare de milho promete renda bruta de R$ 2,5 mil. A mesma área, dedicada à soja, tem potencial para R$ 3,6 mil, ou 42% a mais. E os custos do milho podem ser 50% maiores, passando de R$ 1,5 mil por hectare.
O feijão, terceiro produto em volume da safra de verão, deve ter área 8% maior do que um ano atrás, conforme o Deral. Os 230 mil hectares prometem render 427 mil toneladas, volume 29% superior. Também nesse caso, o motivo são os preços, estáveis no caso do carioca e 40% acima da média de 2012 no caso do preto.
Fonte: site Gazeta do Povo
postado em 09/09/2013