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Curitiba e Ponta Grossa têm 92% do Paraná Competitivo
As duas mesorregiões concentram R$ 19 bilhões dos R$ 20,7 bilhões de investimentos privados.
O programa Paraná Competitivo, que visa atrair novos empreendimentos privados por meio de incentivos fiscais, é uma das principais vitrines do governo Beto Richa e já coleciona 130 projetos em andamento ou executados. Com investimentos que somam cerca de R$ 20,7 bilhões, o programa não vem conseguindo levar industrialização para todas as regiões do Estado. Estudo feito pela FOLHA, a partir de dados fornecidos pela Secretaria da Indústria e Comércio e Assuntos do Mercosul, mostra que 92% dos recursos estão concentrados em apenas duas das dez mesorregiões paranaenses.
Em primeiro lugar no ranking, com R$ 12,1 bilhões (58,6%), está a mesorregião Centro Oriental, onde ficam Ponta Grossa e Ortigueira. Depois, vem a Metropolitana de Curitiba, com R$ 6,9 bilhões (33%). Em Ortigueira, está o maior projeto do programa, a fábrica da Klabin, onde serão investidos cerca de R$ 7,2 bilhões. Mesmo descontando este megainvestimento, o levantamento mostra que a região de Campos Gerais fica com quase R$ 5 bilhões. O Norte Central, onde estão Londrina e Maringá, chega em terceiro lugar, com R$ 507,7 milhões, ou apenas 2,45% dos investimentos. Já o Norte Pioneiro é a única mesorregião sem projeto algum.
Os 130 investimentos estão distribuídos em 52 municípios. Londrina amarga a 28ª posição no ranking dos mais contemplados, com três empreendimentos. Dos R$ 20,7 bilhões, cabe à cidade apenas R$ 18,5 mi, algo em torno de 0,09% do bolo. Maringá não está tão mal, levando R$ 196 milhões em três empreendimentos, o equivalente a 0,96% do total.
Quando se analisam as microrregiões, a de Londrina se aproxima da de Maringá, mas ainda perde. Com investimentos também em Cambé, Ibiporã e Rolândia, a microrregião de Londrina soma R$ 134 milhões (0,65%) e a de Maringá, R$ 203 milhões (0,98%).
O secretário estadual da Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul, Ricardo Barros, diz que o governo tem feito esforços para interiorizar os investimentos. Mas que os incentivos fiscais oferecidos não são suficientes para convencer os empreendedores. A distância do Porto de Paranaguá e da Capital, além das condições de infraestrutura, não estimulam os investidores a se instalar no interior. "O empresário não vai pagar para ir para um local só porque o governo quer", ressalta.
Ele considera que a solução é criar um fundo de desenvolvimento regional, que permita ao governo do Estado atrair "indústrias-âncoras" para o interior. "A ideia é que o Tesouro compense o empresário para investir nas outras regiões. Levando empresas âncoras, as outras vão atrás", justifica o secretário. Ele afirma ter elaborado um projeto para criar o fundo que se encontra na Secretaria da Fazenda. "Mas, nesse momento, o governo não tem dinheiro para este projeto", admite.
Fonte: site FolhaWeb - Folha de Londrina
postado em 27/11/2013