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Agricultura de Precisão aumenta demanda por novas tecnologias
A gestão da variabilidade espacial e temporal de uma área produtiva com uso de máquinas, equipamentos e sistemas de informação é uma das tendências no País.
A Agricultura de Precisão vem ganhando cada vez mais espaço no país e se mostra como uma tendência que pode gerar oportunidades para o desenvolvimento de novas tecnologias adaptadas à realidade brasileira. Sistemas de monitoramento e mapeamento, sensores contribuem para um agricultura mais rentável em todas as etapas, desde a preparação do solo até a colheita.
Para a AP ganhar força no País, algumas mudanças são necessárias, começando pela desmistificação de que a Agricultura de Precisão só se faz com máquinas automatizadas, explicou Ricardo Inamasu, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, com pós-doutorado em AP e doutor em Engenharia Mecânica. “Esse entendimento é uma das razões pela qual no País há dificuldades de implementar efetivamente a Agricultura de Precisão”, disse. “A natureza não fez o campo uniforme, fazer a gestão é o início da AP.”
Outro ponto de dificuldade, segundo o pesquisador, é que no Brasil a estratégia de implementação tem enfrentado problemas, já que as fontes de tecnologia e inovação das máquinas de grande porte, principalmente em eletrônica embarcada, estão na maioria nos Estados Unidos e Europa, locais onde a implementação da AP foi mais simples, com sistemas projetados e implementados dentro de suas realidades. Segundo o pesquisador algumas ferramentas já tem quebrado os paradigmas e maiores resistências ao uso de novas tecnologias no campo.
Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a variabilidade espacial são atributos relacionados à textura do solo, fertilidade, controle de pragas e produtividade e cada um deles apresenta valores diferentes nos diversos pontos da lavoura, dependendo da dimensão, relevo, material de origem, clima e profundidade, entre outros.
Mais tendências para o setor
Para o pesquisador, em termos de agroindústria mundial, há duas tendências. Observa-se disposição de os propulsores e sistemas de transmissões das máquinas agrícolas migrarem para sistemas elétricos, hoje dominados por motores a diesel e pela transmissão mecânica e hidráulica. Nesse sentido, há de se adequar tanto os conceitos das máquinas como os elementos, como sensores e atuadores.
Outra tendência é a integração total do sistema produtivo, como observado nas indústrias, porém, no Brasil, ainda é necessário que as máquinas e os equipamentos sejam conectáveis em rede. Segundo Ricardo uma boa oportunidade no Brasil seria o desenvolvimento de máquinas e equipamentos que atendam a agricultura tropical que com suas características específicas tem algumas demandas que podem ser atendidas, portanto, oportunidade para desenvolver tecnologias e produtos.
Boas notícias
Com investimentos de R$ 136 bilhões, o Plano Agrícola e Pecuário 2013/2014 prevê 18% a mais de recursos em comparação à safra que se encerra. O volume disponibilizado está distribuído em R$ 97,6 bilhões para financiamentos de custeio e comercialização e R$ 38,4 bilhões para programas de investimento. A taxa de juros anual média será de 5,5%, podendo chegar a 3,5% em programas de aquisição de máquinas agrícolas, equipamentos de irrigação e estruturas de armazenagem.
Faz parte do plano o lançamento do Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica da Produção Agropecuária – Inova Agro, que destinará R$ 3 bilhões, sendo R$ 2 bilhões para pesquisa e desenvolvimento de máquinas e equipamentos e R$ 1 bilhão para que os produtores rurais incorporem novas tecnologias. Um dos temas ligados a esse programa é a Agricultura de Precisão. A indústria brasileira de máquinas e equipamentos agrícolas encerrou 2012 com receita bruta de R$ 11,2 bilhões, crescimento de 13% sobre o desempenho do ano anterior, segundo a Abimaq. Para 2013, a estimativa de aumento é de 10% a 15%.
Fonte: site NEI (Confira a reportagem na íntegra aqui)
postado em 31/01/2014