Notícias e Artigos
Mostrar apenas: notícias | artigos
Setor de máquinas agrícolas prevê estabilidade em 2012
Volume recorde de vendas alcançado no ano passado deve ser mantido. Para fabricantes, estiagem no Sul foi pontual e não deve causar impactos
Ribeirão Preto - O setor de máquinas e implementos agrícolas aposta em estabilidade para 2012. As estimativas são de que as vendas se mantenham nos mesmos patamares de 2011 ou apresentem ligeiro aumento, totalizando entre 50 mil e 55 mil tratores comercializados, 5 mil colheitadeiras e mil colhedeiras de cana-de-açúcar. A Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) prevê um aumento de 10% nas vendas em relação a 2011. A opinião das montadoras foi unânime nos estandes localizados na Agrishow 2012, realizada de 30 de abril a 4 de maio, em Ribeirão Preto (SP).
Diante do aumento na importação de máquinas, o presidente da Câmara de Máquinas Agrícolas da Abimaq, Celso Casale, afirma que o maior problema para o setor é o câmbio, que faz com que a indústria brasileira de maquinário perca competitividade. "Há uma preocupação com a desindustrialização e nosso setor não ficaria imune a isso", declara. Outra preocupação da Abimaq é com o alto custo de produção no País. Segundo Casale, o custo da fabricação de máquinas agrícolas no Brasil é 43,2% maior do que nos Estados Unidos e Alemanha, sendo que 20% do custo deve-se a impostos.
O presidente da Case New Holland para a América Latina, Valentino Rizzioli, argumenta que o mercado está se aperfeiçoando para atender as exigências dos produtores por tecnologias avançadas e que resultem em maior produtividade. Mesmo a estiagem que resultou em perdas significativas na produção da região Sul do País - e que também afeta o Nordeste -, não diminui o otimismo do setor. "Algumas regiões tiveram safra boa e, em outras, como no Sul, os produtores sentiram os efeitos da seca. Mas todos procuram uma produção que permita mais competitividade e, por isso, esse é um setor que cresce mais em qualidade do que em quantidade", argumenta. Na avaliação do diretor comercial da New Holland, Luiz Feijó, apenas os programas sociais podem sofrer redução de vendas, como o Trator Solidário e o Mais Alimentos.
Para o diretor comercial da Massey Ferguson, Carlito Eckert, mesmo com a quebra de safra no Sul do País, devem ser repetidos os números do ano passado. Em relação à Feira, a empresa espera uma margem de crescimento de 10% a 15%. Segundo ele, o cenário atual é extremamente positivo. "Três fatores contribuem para isso: a expectativa de aumento da renda, os preços favoráveis das commodities e a liberação de um número maior de financiamentos", argumenta.
De acordo com o vice-presidente da Case IH, Mirco Romagnoli, a manutenção dos números de 2011 é positiva, tendo em vista o recorde alcançado no ano passado. "O crescimento não será entusiasmante, mas estável, o que é muito bom", avalia. Romagnoli prevê um grande crescimento do mercado de colhedoras de cana-de-açúcar para os anos 2014 e 2015, quado os investimentos que estão sendo feitos nos canaviais devem começar a surtir efeito. O diretor presidente da Montana Agriculture, Gilberto Junqueira Zancope, espera um crescimento de 10% nas vendas de maquinário durante a Agrishow 2012, em comparação a comercialização da edição anterior.
Expansão
A expansão da participação do setor agrícola nas vendas da fabricante de carregadeiras SDLG resultou em expansão para o Sul do País. Segundo o diretor executivo da empresa para a América Latina, Afrânio Chueire, no ano passado, o setor era responsável por 10% das vendas, mas atualmente atinge 20% da comercialização. Para atender e prestar assistência aos clientes, serão abertas três unidades no Sul, sendo duas no Paraná. A instalação das unidades em Curitiba e Maringá está prevista para o segundo semestre desse ano.
Fonte: FolhaWeb - Mariana Fabre
postado em 07/05/2012