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Mantega defende Brasil com relação às barreiras comerciais
Ministro categoriza crítica dos EUA ao protecionismo como absurda e afirma que o país adota poucas barreiras diante de outros países.
LONDRES - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, qualificou como "absurdo" a crítica do governo dos Estados Unidos em relação ao protecionismo brasileiro. Falando em Londres nesta sexta-feira, 21, durante um seminário promovido pela revista The Economist, Mantega insistiu que o Brasil adota número menor de barreiras comparado aos EUA, Alemanha e ao Reino Unido. "O Brasil está no final da fila. É verdade, tomamos algumas medidas (comerciais), mas perdemos de longe da maioria dos países", disse.
Nesta quinta-feira, 20, o governo americano enviou uma carta ao Brasil protestando contra as barreiras comerciais adotadas por Brasília. Mantega ainda garantiu que o governo brasileiro irá reagir diante da nova injeção de recursos por parte do Fed (Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos). "O Brasil não vai permitir que o real se valorize. Vamos tomar as medidas necessárias. O Banco Central vai comprar mais reservas e podemos tomar outras medidas como taxação e a volta do IOF.", acrescentou o ministro.
Segundo ele, a guerra cambial é uma "realidade", mas o governo não permitirá uma queda de competitividade da indústria. "Queremos uma indústria forte", afirmou durante seminário promovido pela revista The Economist, em Londres.
Entre os segmentos industriais que devem ser fortalecidos, Mantega citou, sem mencionar um prazo, que a produção nacional de petróleo subirá de 2 milhões de barris por dia (bpd) para entre 5 milhões e 6 milhões de bpd.
Mantega também ainda que o Brasil "ainda tem espaço para redução" da taxa de juros e insistiu que o governo continuará se utilizando de políticas monetárias para promover crescimento. "Podemos ter uma política monetária ativa. Isso faz sentido no Brasil, onde o crédito ainda é relativamente restrito", afirmou.
O ministro, porém, voltou a criticar a política monetária expansiva nos países ricos. "Não faz sentido (uma política monetária expansiva) em países com excesso de liquidez e baixas taxas de juros", disse. Para Mantega, estes países não estão resolvendo seus problemas e ainda estão "incentivando a guerra cambial". Em Londres, Mantega ainda se reunirá nesta sexta-feira, 21, com o responsável pelas finanças do Reino Unido, George Osborne. Na pauta, a relação bilateral e as coordenações de posições em relação ao G-20.
Fonte: O Estadão
postado em 21/09/2012