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Indústria cresce em julho e agosto sem ampliar postos de trabalho
A média do País acabou fechando no vermelho em 2%. Os números foram divulgados pelo IBGE. Paraná e Minas Gerais foram estados em que houve crescimento respectivamente de 1,5% e 0,5%.
Apesar de a produção industrial ter registrado crescimento nos três últimos meses, o emprego no setor não acompanhou esse ritmo. Dados do IBGE de julho e agosto sinalizam o "estancamento" do movimento de demissões no setor, mas não um aumento nas contratações.
O total de empregos industriais no país caiu 0,1% em agosto em relação a julho quando havia subido 0,2%. "O resultado mostra que o emprego está estável e estancou as quedas dos meses anteriores", diz Fernando Abritta, economista do IBGE.
Para o Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), o emprego "oscilou" numa "provável trajetória" positiva à vista. "Um curso favorável do emprego industrial nos próximos meses se mantém como possível dada a retomada da produção da indústria", afirma a entidade setorial.
Apesar da aparente interrupção das demissões, a indústria não deu sinais claros de que voltará a contratar com intensidade. Indicador que antecipa admissões no futuro, o número de horas pagas voltadas à produção ficou estável em agosto, após subir 0,3% em junho na comparação com o mês anterior.
Só após usar a carga horária máxima de seus empregados com horas extras é que as empresas pensam em contratar, ou seja, primeiro, as horas pagas sobem com força, antes do pessoal ocupado.
PERDA PERSISTENTE - A indústria está longe de zerar as perdas no que tange ao emprego.
De março a junho (período de forte retração da produção e de pico do impacto no emprego), o número de pessoas ocupadas caiu 1,2% em relação a meses anteriores.
Ou seja, a trajetória de estabilidade recente do emprego, puxada pela melhora do ritmo de produção desde junho, não foi capaz ainda de inverter a tendência de queda do emprego. Na comparação com agosto de 2011, a retração dos postos de trabalho foi de 2% no mesmo mês deste ano.
"Os empresários esperavam uma recuperação na indústria no segundo semestre, o que, de fato, começou a ocorrer. Isso pode ter segurado demissões, mas o emprego sempre reage de modo defasado ao nível de produção, tanto para baixo como para cima", diz Abritta.
De junho a agosto (período de retomada), a produção fabril somou alta 2,3% no período, de acordo com o IBGE.
Para o coordenador do departamento econômico da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Maurílio Schmitt, a diferença dos números do Estado e da média do País pode ser avaliada, primeiramente, pelas diferenças estruturais das indústrias do Paraná e São Paulo. "São Paulo continua na vanguarda, com 40% da renda industrial do País. Portanto, seus números afetam demais a média nacional."
No caso deste último levantamento, como a indústria paulista é voltada aos bens de consumo duráveis, que oscilam muito frente à disponibilidade de crédito ofertado, os números acabaram sendo puxados para baixo.
Já a indústria paranaense, que tem sua estrutura baseada no gênero de alimentos e bebidas (agronegócio), acabou sendo beneficiada por diversos fatores, sendo um dos principais os preços das commodities como soja e milho. "O nível de emprego deste setor no Estado cresceu 8,52% este ano e a folha de pagamento 12,97%. Outro ponto positivo é que o setor de alimentos tem consumo corrente, ou seja, são essenciais para a população sempre."
Fonte: Folha de São Paulo e Folha de Londrina
postado em 11/10/2012