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Avançam estudos e projetos de biorrefinarias no setor de celulose e papel

Diversas iniciativas envolvendo universidades, institutos de pesquisa e iniciativa privada estão em andamento, segundo destacaram especialistas no ABTCP 2012.

As pesquisas e estudos visando desenvolver as biorrefinarias – unidades industriais que convertem biomassa em energia e produtos refinados – estão avançando rapidamente no setor de celulose e papel e foram um dos temas de destaque das palestras e debates realizados entre especialistas do Brasil e exterior e dirigentes dessa indústria no primeiro dia do ABTCP 2012 - 45º Congresso e Exposição Internacional de Celulose e Papel, maior evento do setor da América Latina, que se iniciou ontem (9/10) em São Paulo e vai até quinta-feira (11/10).

Entre as iniciativas de destaque nessa área está a recém-lançada rede colaborativa NOBRE (Network of Excellence in Biomass and Renewable Energy), que reúne universidades (USP, UFRJ, UNICAMP e UFRN), empresas e agências de fomento do Brasil e da Finlândia, com o objetivo de atuar em conjunto no desenvolvimento de um programa de pesquisas e realização de joint ventures em áreas novas e estratégicas que combinem a atividade florestal, química, de petróleo e de biomassa.

Pedro Fardim, professor do Departamento de Engenharia Química e do Laboratório Tecnológico de Fibra e Celulose da Universidade Abo Akademi, da Finlândia, que participa do projeto da NOBRE, conta que uma das ações desta nova rede será o lançamento de um curso de pós-graduação binacional focado em conversão de biomassa, para que profissionais do Brasil e da Finlândia sejam educados nesta área, já vista como fator fundamental de diferenciação e competitividade da indústria brasileira de base florestal.

“A Finlândia tem tecnologia para desenvolvimento nessa área, enquanto o Brasil possui grande oferta de biomassa”, destaca Fardim, ao observar que esse tipo de colaboração contribuirá para levar adiante o desafio de fazer decolar as biorrefinarias no País.

Há ainda outros projetos em andamento. Em Barueri, na região da Grande São Paulo, um centro tecnológico voltado aos estudos nessa área já opera em parceria com a entidade finlandesa VTT – Technical Research Centre of Finland, e entre os projetos que estão no foco desta iniciativa se destaca a geração de energia a partir da biomassa. Em Barueri, já opera uma planta piloto que começa a gerar energia a partir da queima de resíduos florestais.

Professor responsável pelo programa de biomaterias industriais da VTT na Finlândia, Ali Harlin conta que a entidade investiu, só em 2009, mais de 94 milhões de euros no desenvolvimento de novos produtos, entre eles plásticos, látex, biobarreiras, filmes, colas e adesivos à base de celulose de madeira, que podem vir a substituir produtos derivados de petróleo. “Os filmes de hemicelulose, por exemplo, podem ser empregados em embalagens para alimentos, melhorando sua estrutura”, explica o especialista, que falou no ABTCP 2012 sobre a primeira máquina de filme de papel de nanocelulose do mundo, que está produzindo em escala piloto na Finlândia. “A partir da lignina, estamos desenvolvendo aplicações em termoplásticos para a fabricação de autopeças”, acrescenta.

“As biorrefinarias têm papel importante na geração de valor da cadeia de celulose, pois, além de permitirem extrair produtos químicos e combustíveis (o etanol de segunda geração), também podem gerar produtos para as indústrias de alimentos e farmacêutica, como a parafina alimentícia e alguns princípios ativos para medicamentos”, observa Maria Luiza Otero, gerente técnica do laboratório de celulose e papel do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas).

A Riadicyp (Rede Ibero-americana de Docência e Investigação em Celulose e Papel), por exemplo, já vem pesquisando sobre a produção de xilitol – um edulcorante natural utilizado pela indústria farmacêutica – a partir de hemicelulose extraída do licor negro. “Os estudos estão bastante avançados”, destaca Maria Cristina Area, presidente da entidade.

A geração de energia, por outro lado, é a aplicação que desponta com maior potencial de desenvolvimento na conversão da biomassa, segundo Maria Luiza Otero. O próprio IPT está trabalhando em um projeto de implantação de uma planta-piloto de gaseificação de biomassa em Piracicaba. Inicialmente o projeto será voltado ao uso do bagaço de cana para obtenção de gás metano, mas trata-se de um modelo que pode vir a utilizar também a biomassa da madeira.

Maria Cristina Area observa que o conceito de biorrefinarias é mais amplo do que o da fabricação de etanol de segunda geração, e abrange diferentes produtos químicos a partir da madeira. “Temos que pensar em um aproveitamento integral da biomassa, não se restringindo aos biocombustíveis. Há uma gama de produtos que podem ser obtidos, como ligninina e bioplásticos”, afirma Maria Cristina, ao explicar que esse conjunto é que permitirá as biorrefinarias se tornarem competitivas e economicamente viáveis.

Estes projetos, contudo, ainda demandarão alguns anos para serem implantados pelo setor, mas são fundamentais para a competitividade dessa indústria. “A crise econômica vai limitar a evolução do setor de celulose como commodity, e as biorrefinarias ajudarão a gerar valor e superar qualquer crise no futuro”, completa a presidente da Riadicyp.

Fonte: Revista Meio Filtrante

postado em 10/10/2012


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